segunda-feira, 16 de maio de 2016

A maternidade nunca foi uma tarefa fácil. As antigas egípcias que o diga. Neste vídeo apresento um pouco sobre como era exercer este papel na Antiguidade Egípcia e inclusive como ele era visto, por exemplo: vocês sabiam que a crença ditava que parte do coração do indivíduo era herdado da mãe durante a sua formação no útero?
Provavelmente a rainha Nefertiti beijando uma de suas filhas. Grandes civilizações do passado: Terra de faraós
Ser mãe durante o Egito Antigo concebia à mulher, a posição de ser a responsável pela perpetuação da sua família e consequentemente a imortalidade da mesma através das gerações. A importância da concepção de uma criança é vista nos principais mitos, especialmente o de Ísis e Osíris, onde a deusa se empenha em engravidar do marido já falecido, para dar uma continuidade à família.
Existiam ainda significados especiais na maternidade e que usualmente era levado para o hábito funerário. Por exemplo, a crença ditava que a criança adquiria os ossos do seu pai e os tecidos moles da mãe, incluindo parte do coração dela (Era pensando nisso que um dos trechos do Livro dos Mortos trazia versos voltados diretamente para a figura maternal, tal como o que veremos a seguir:

Meu coração, minha mãe; meu coração, minha mãe!
Meu coração por meio do qual nasci!
Nada surja para opor-se a mim no meu julgamento;
Não haja oposição a mim na presença dos príncipes soberanos;
Não haja separação entre ti e mim na presença do que guarda a balança!p 215 apud ).
O ato de ser mãe era tratado também como algo sagrado. Muitos dos aspectos desta condição eram retratados em relevos religiosos e até mesmo utilizados em amuletos, a exemplo do ato de amamentar, usualmente visto em imagens funerárias, onde Hathor, como protetora do falecido, o alimenta pelo seio quando ela está em sua forma de vaca, ou Ísis, cuja imagem que a representa dando de mamar a Hórus era utilizada como amuleto de proteção.
Rainha Aqaluqa representada como Ísis amamentando. Imagem disponível em < http://wysinger.homestead.com/nubians5.html >. Acesso em 11 de maio de 2014
Durante o desenvolvimento do feto, os pais poderiam se apegar à deusa hipopótamo Tauret, para ela proteger a vida da mãe e da criança e providenciar um bom nascimento, já que os riscos advindos do parto era um dos principais fatores de mortalidade entre as mulheres (STROUHAL, 2007). Já Hathor, dentre tantas propriedades, era constantemente associada à maternidade – é tanto que nas décadas finais do Novo Império foi sincretizada à Isís, divindade com qualidades semelhantes -. Ela provavelmente foi uma das deusas mais respeitadas neste sentido, tanto em um aspecto político, como religioso. Contudo, era Bastet, a deusa gata, quem zelava pelo o amor familiar, especialmente o maternal. Sua dedicação para com os filhos era tamanha que alguns pesquisadores tendem a associar sua fúria como Sekmet como uma forma de proteger as suas crias contra o mal.
Mulher colhendo figos enquanto cuida de uma criança de colo. Tumba de Montemhet. Luxor. 25ª Dinastia. .
Mas não eram somente deusas que presavam pelo bem estar das crianças e da mãe, Bés, um deus anão, sempre estaria na espreita para afastar espíritos malignos, especialmente durante o sono.
Deus Bes.
Deus Bés.
Tal como hoje, ser mãe não era tarefa fácil. A grande responsabilidade da maternidade chegou até mesmo a ser utilizada nas “Lições de Ani”, em uma tentativa de fazer com que o leitor reflita acerca de suas atitudes:
Quando o momento chegou e tu nasceste, ela aceitou a carga de por o peito em tua boca durante três
E para as mães menos experientes existiam regulamentos escritos denominados “Ensalmos para mães e filhos” que, embora possuam ideias equivocadas e supersticiosas, era uma tentativa de diminuir os anseios das mães, tal qual um manual moderno para conviver com a maternidade, com a diferença que os ensalmos eram repletos de rezasEis um exemplo do que poderia ser lido:
Sai! Visitante das trevas, que te arrastas com o nariz e rosto atrás da cabeça, sem saber por que estais aqui!
Viestes beijar esta criança? Proíbo-te!
Viestes mimar esta criança? Proíbo-te!
Viestes afastá-la de mim? Proíbo-te!
Embora o poder centralizado usualmente fosse herdado por homens, tradicionalmente na Egiptologia se argumenta que quem era responsável pela legitimidade real eram as mulheres (DESPLANCQUES, 2011), embora existam debates adversos a esta teoria (COELHO; BALTHAZAR, 2012). Caso tal discurso seja verídico, essa postura provavelmente tinha alguma ligação com o mito de Ísis e Osíris, onde foi a deusa quem articulou a subida ao trono de seu filho, quando ele foi impedido pelo tio assassino.  Em verdade os filhos, mesmo adultos, usualmente eram associados ao nome da mãe
 
Arqueólogos encontram necrópole do Egito Antigo
 
tumba (Foto: Gebel el Silsila Project)
Resquícios de uma pedreira foram encontrados no sítio de Gebel el Silsila, a cerca de 800 quilômetros de distância da cidade do Cairo. Dentro do local também foi encontrada uma necrópole, de acordo com o Ministério de Antiguidades do Egito.
No Egito Antigo as pedreiras serviam como local de extração para pedras e materiais para a construção de templos e artefatos. "Sabemos que grandes quantidades de arenito para a construção de templos estavam guardadas lá", disse a arqueóloga Maria Nilsson, diretora do Projeto Gebel el Silsila, em entrevista ao Discovery News. "Com essas novas descobertas, podemos confirmar que Arqueólogos encontram barco de 4.500 anos e tumba de rainha egípcia
A pedreira conta com um templo e várias tumbas. O local foi registrado pela primeira vez em um mapa realizado pelo pesquisador alemão Ludwig Borchardt em 1934, mas desde então não foi explorado. Maria e sua equipe começaram a estudar as possibilidades de Gebel el Silsila em 2012, a partir das anotações de Borchardt e de cartuchos egípcios.
Segundo os arqueólogos, o templo era dedicado a um deus com corpo humano e cabeça de crocodilo chamado Sobek, que era responsável pelas águas dos rios e as cheias anuais. Eles encontraram ainda centenas de peças decoradas com iconografia típica do período do faraó Tutmés III (1500-1450 a.C.).
Os arqueólogos pretendem dar continuidade à pesquisa, dessa vez buscando entender a importância do local para a comunidade da época. "Espero continuar o trabalho arqueológico no local, especialmente porque seu estado de preservação é ruim e precisa ser documentado antes que seja tarde demais",
tumba (Foto: Gebel el Silsila Project)
tumba (Foto: Gebel el Silsila Project)
tumba (Foto: Gebel el Silsila Project)
tumba (Foto: Gebel el Silsila Project)
tumba (Foto: Gebel el Silsila Project)

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